Aos 30 anos, um designer encontrou para a sua ociosa mão esquerda uma função que só ela poderia cumprir — assim como cumpre a mão direita a tarefa de escrever.
Mas ao invés de palavras, a canhota ficou responsável por sustentar outro tipo de linguagem: a tinta. Em conjunto, trabalham ambas. A destra como pintora, a canhota como tela-viva.
Os primeiros quadros começaram tímidos, em preto e pele, experimentando. Mas também aos poucos ganharam confiança e mais cor. Mais vida. E de tanta vida e de tanta cor nasceu também a urgência de usar a arte para falar mais do que a arte.
Em imagens e vídeos publicados em seu Instagram Na_Canhota, a mão-tela sustenta o que a mão-pintora quer falar, à sua maneira, sobre sexualidade, identidade, violência e saúde mental.
E agora, além de falar, começou também a ouvir outras mãos, que contam outras histórias: de uma amiga lésbica, outra bissexual. E assim vão falando as mãos de marcas e cores que ficam.
Este designer que hoje tem 31 anos me recebeu em seu apartamento para pintar a minha mão, quando falamos um pouco sobre ser bi. Antes de mim, foi a vez de uma amiga. E depois haverá outras mãos. Reservado, pediu para mantermos sua identidade de lado, e deixar a canhota falar.
Categorias:Arte
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